
Saímos bem cedinho, e fomos rumo a Estrada Antiga da Graciosa. O plano era passar na cachoeira e depois almoçar com meu tio. E lá fomos nós. Foi a primeira vez que viajei de moto. No começo me senti meio insegura.
Segurava com força em meu irmão. Aos poucos o medo foi passando e deu lugar a uma sensação de calma e gratidão. Viajar de moto é se inserir nas paisagens. É estar no vento. É sentir na pele a viajem.

O dia estava quente muito gostoso. Digo gostoso até chegar em Paranaguá. Lá não estava quente. Estava insuportável. Não é a toa que lá a sensação térmica passa dos 50º. Chegamos na casa de meu tio quase sem ar, depois de passar pelo sol do meio dia naquele calorão. Fomos almoçar juntos, meu tio, minha prima, meu irmão e eu. A escolha pelo local foi além do sabor e diversidade.
- Pai, lá tem ar?- perguntou Manu.
- Tem sim.
- Então é para lá que vamos- respondeu sem pensar.
Na volta do almoço não tinha pra onde ir: passamos a tarde na piscina de sua casa. Aquele era um dia especial para minha prima. Ela iria se mudar aquela noite para Curitiba, a capital, para estudar para o vestibular. Lembrei de minha época de cursinho. Passou tão rápido... Agora lá estava eu entregando o convite de formatura para minha família.

Depois de matar as saudades de nosso pai, passamos a noite em nosso tio. Depois de boas conversas e olhares atentos para o jogo do Atlético Paranaense e Sporting Cristal do Peru, dormimos ao friozinho do ar condicionado. Até que enfim não passamos calor!
Acordamos cedo, perto das 7hrs no dia seguinte, tomamos um bom café da manha e partimos, de moto, rumo a mais um banho de cachoeira no poço preto, Estrada da Graciosa. O dia brilhava como nunca, o céu estava azul, e, ansiosos, esperávamos para curtir o pico, que com certeza estaria lindíssimo.
Depois de apreciarmos maravilhosas paisagens pela estrada chegamos ao local. Já estávamos preparados com as roupas de banho, então caímos na água. A temperatura estava agradável como nunca. O dia estava realmente iluminado. Diversas borboletas, libélulas e peixes na água brindavam ainda mais beleza.
Pouco tempo depois apareceu um grupo de garotos, que sempre estão por lá. Moram nas redondezas do rio e já os tínhamos visto ali diversas vezes. Enquanto eu morria de medo de saltar e meu irmão calculava se conseguiria virar um salto "mortal" e cair na água, eles vinham correndo, pulavam e caiam na água com quase perfeição. Desciam, nadavam até o local de subida e novamente caiam na água.
Conheciam tão bem o local, a maneira de pular, as pedras, que pareciam indiozinhos brincando no rio. Os filhos da natureza.
Fiquei na beira do rio observando aqueles pequenos seres cheios de energia. Algumas pessoas os chamariam de "hiperativos" ou coisa parecida. Ficariam preocupados tão tanta vontade de nadar e brincar. Eu tenho é orgulho de saber que ainda existem crianças que vivem de brincar e gastar energia com coisas saudáveis não só para o corpo quanto para a alma.
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