segunda-feira, 10 de março de 2014

Os meninos do ap 111


Acordei por volta das 3hrs da madrugada junto com os meninos da banda e o pessoal do apartamento. Esse pessoal mora junto, na rua  Paula Gomes em Curitiba.
A maioria da galera é de Telêmaco Borba, também no Paraná. Conheci-os quando vieram morar em Curitiba em 2012. Natani, minha amiga a anos, é prima de Acácio, o baixista da banda.
Por ele conheci Alisson e todo o resto do pessoal.
 Desde seus primeiros dias em Curitiba somos amigos e companheiros.

Como não podia deixar de ser, eles possuem um ótimo gosto musical. Com eles aprendi, entre outras mil coisas, a gostar de Di Melo, que tocaria no festival, por exemplo. No apartamento deles é música todo dia. Tem sanfona, guitarra, teclado e todo tipo de instrumento musical.
Fomos ajudando eles a levar os instrumentos até o Saloon. Rolou a passagem de som e logo depois começou a sonzera no palco dos guerreiros. Quase todos dançavam e se remexiam. Quem não estava dançando olhava para o palco hipnotizado. Foi uma onda que sintonizou todo mundo. Deixo aqui uma palavra de orgulho para a banda Charles Racional pela qualidade da música e também um parabéns pela realização do sonho de tocar no palco do Psicodália.
Ao final do show já dava para ver o dia clareando pela janela. Saí do Saloon com meu irmão e com Vinícius, nosso grande amigo. A paisagem era típica do sul, neblina, frio e várias araucárias. Fomos até o lago da fazenda e a paisagem era ainda mais bonita. A poucos meses atrás li Brumas de Avalon, e ao chegar no local, vi uma paisagem que se assemelhou muito a paisagem que imaginava quando lia sobre a ilha, a água era coberta por uma neblina, lindo de ver. Ficamos ali apreciando a paisagem e matando o tempo até o horário de meu turno as 8 hrs.

Cultivando o natural
Cheguei a meu local de trabalho e lá fiquei fazendo minha ronda e observando o local. As 10h30 chegou o instrutor e as pessoas que iriam fazer Tai Chi. Aos poucos o dia que estava frio e cheio de neblina foi começando a esquentar e a galera foi ficando de biquíni, sunga e roupas leves. Com isso foi possível observar uma nova tendência entre as moças do festival. O cultivo.
Chamasse de cultivo o ato de deixar os pelos crescerem naturalmente. Axilas, pernas e sombrancelhas não são mais depiladas por muitas, muitas mesmo, garotas. Eu também faço essa prática, pelo simples fato de não gostar de depilar. Dói demais, coça demais e é caro demais. Por que tudo isso?

Arte em toda parte
A alma se enche de alegria a cada olhar no Pasicodália. Em um lado tem música rolando, no outro malabares. Crianças improvisam um balanço de corda na árvore. Um casal brinca de se equilibrar em uma corda. Na cozinha comunitária um grupo aprende a fazer Tie Dye.
Fazer ronda e monitoria era hiper agradável quando em cada canto uma manifestação artística acontecia. Sem contar o fato de que a cada minuto se encontrava algum conhecido, ou aquele pessoal que conheci no Psicodália anterior. E nesse ano em especial, conheci bastante pessoas de outros estados. Conheci mineiros, mato grossenses, capixabas, catarinenses, paulistas e muitos gaúchos.
As 16 hrs meu turno acabou e eu já me dirigi ao QG de oficinas. Hoje aprenderia a usar o trapézio.
Mas como esse ano me comprometi comigo mesma a acabar com medos bobos, tomei coragem e fui tentar. E não é que foi mais fácil do que imaginava! Consegui subir de primeira e quando fiquei de pé, lá no alto, pude apreciar o entardecer do Psicodália, lindo e colorido, emanando energia boa.
Quando esperava minha vez de subir novamente no trapézio fui abordada por Jaqueline e seu companheiro Heráclio. Eles são os organizadores de outro festival, o da Lua Cheia, que ocorre em Mandirituba. Esse ano ocorrerá a segunda edição e estamos muito animados para fazer o melhor.
Foi montada uma estrutura no palco principal e um a um fomos imitando os passos do instrutor. Primeiro aprendemos a subir no trapézio. Por um momento pensei “ mas é nunca que consigo subir nesse treco alto só com a força de meus braços!”.

Ninguém pode morrer antes de ver
A noitada de hoje iria contar com nada mais nada menos que Tom Zé. Já tinha visto-o no Psicodália em 2010 e tinha sido sensacional. Um dos shows mais marcantes que vi no festival. Neste ano tinha certeza que não seria diferente.
Com o palco principal lotado Tom Zé entra no palco com uma animação e uma luz que dominam a todos que assistem o show. Tom Zé em para mostrar que a loucura não tem limites e se pode toda façanha no palco.
Em partes usa um “rabo” como o de um inseto. Em partes usa uma calcinha. Sempre interagindo com o público de maneira agradabilíssima. Canções tradicionais de Tom Zé como “Augusta, Angélica e Consolação” e “Menina amanha de manha (o sonho voltou)”.
Ao final do show um céu abarrotados de estrelas deixava a noite ainda mais perfeita. Todos levavam consigo um grande sorriso e uma vontade de dançar mais ainda. Olhei para meu irmão e ara Vinícius e disse:
- Ninguém pode morrer antes de ver um show desses ne?- disse rindo

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