Acordamos com fome. Então fomos até a cozinha comunitária preparar algo. Tínhamos frutas, pão, e a nossa melhor amiga na viagem: granola. No carro na ida e durante todo o festival a granola foi uma alimentação que supriu nossa fome e nossa nutrição. Cada um de nós levou um saco enorme e fomos comendo.
Conhecemos então Renato e sua amiga Maria. Renato era músico. Tocava trompete e iria fazer uma apresentação junto a seu amigo DJ. Gente finíssima. Sua amiga Maria era doce e alegre. Dividimos com ela um pouco de nossa granola com frutas.
Enquanto o musico foi até a barraca pegar seu computador para testar algumas coisas para apresentação aproveitar para carrega-lo na cozinha, ela ficou lá conosco.
Maria era uma mulher de meia idade, porém com mais vida e alegria do que muitos jovens por ai. Falava de luz e transmissão de energias e boas ideias. Segundo ela cada um de nós tem uma missão no mundo. Precisávamos descobrir a nossa a segui-la, pois assim, seriamos o que temos que ser e transformaríamos o mundo. A missão dela, segundo suas próprias palavras, era transmitir essa ideia a todos.
Diversos quadros estavam expostos na galeria. Todos eles eram voltados para a psicodelia. Um deles precisava do uso de um óculos para ver sua arte completa. Com o óculos,as imagens ficavam em terceira dimensão. Além de toda a arte, o espaço disponibilizava diversas redes, na beira do mar, para descanso (logo mais ela se tornou a cama de muitas pessoas que dormiam ali todos os dias).
Como as redes estavam todas ocupadas, esticamos nossas cangas e ficamos de bobeira na beira do mar. Ora cochilávamos, ora liamos, ora conversávamos com alguém, ora caíamos no mar. Algum tempo depois, se iniciava uma oficina de mandalas.
Uma roda foi feita, os instrumentos necessários distribuídos e foi iniciada a oficina. Antes de sentar resolvi tirar umas fotos. Olhando o ambiente em inteiro percebi que ali se encontravam dois rostos conhecidos. Eram Ana e Luã, meus grandes amigos de Curitiba. Cheguei no susto e sei um grande abraço neles. Ficamos ali aprendendo a fazer as mandalas. Quem ensinava era Tchai, um dreadlocks gente finíssima, que mandava muito bem na produção de mandalas.
Enquanto terminava minha mandala, chega alguém para me cumprimentar. Era Marcelo, nosso amigo malabarista, gente da melhor qualidade, que também era de Curitiba. Trocamos um abraço demorado. Foi muito bom encontrar todo mundo que queríamos, isso naturalmente. Depois de nosso encontro, passamos o festival todo juntos.
Quando faltavam duas horas pro show, fo
mos nos banhar e nos organizar para a noite. Ana estava acampada mais perto da entrada e eu mais ao fundo, ou seja, um local muito longe do outro. Para não ter o perigo de nos perdemos, íamos, pacientemente de barraca em barraca, todos juntos.
Além de precisar tomar um banho, queria ir até a minha barraca pegar o filtro dos sonhos que fiz para o Criolo. Trouxe ele de Curitiba até a Bahia, com todo o cuidado possível.
Ele chegou inteiro e foi pendurado em um coqueiro a frente de nossa barraca e só saiu de lá no dia do show.
O show do Criolo ocorreu no Palco Paralello, espaço dedicado a estilos musicais que não fossem o eletrônico. Quando chegamos lá, cerca de meia hora antes do show, o ambiente já estava bem movimentado. Achamos um lugar perto do palco e lá ficamos esperando o show começar.
Logo mais, entra no palco Criolo e sua turma. O show foi lindo e intenso, como sempre. Porém, dessa vez estávamos na beira de uma praia linda com um céu pipocando de estrelas numa vibe maravilhosa com um público sensacional. Pra que melhor? O mesmo pai e filho que encontrei no riacho da entrada do festival, curtiam o show logo a minha frente. O garoto sentava nos ombros do pai. Ele sorria e dançava, animado com o som.
Voltei para meu lugar com um sorriso enorme.
Após o show, que terminou cedo tínhamos a noite inteira para desbravar. Resolvemos primeiro matar nossa fome. Fomos até a pizzaria Elfo. Esse grupo produz pizzas em um forno a lenha, todas vegetarianas, em diversos festivais pelo mundo. Eles são todos da Europa, como Itália e Espanha. Era uma das melhores comidas do festival. Lá você não pedia um sabor especifico, eles produziam pizzas com diversos itens e quando prontas, iam liberando para nós.
Depois de comer fomos conhecer cada espaço. Paramos um pouco em cada pista e aproveitamos tudo que o festival tinha para nos dar.
Sentamos na beira da praia para aproveitar a paisagem. O céu de lá nos brindava de beleza. Eram estrelas que não cabiam no céu. A lua crescente estava fininha e brilhante. Em silencio ficamos lá, apenas observando. Não era preciso nada dizer, todos sabíamos o que aquilo significava. É amor de Deus na Terra.
Mais algumas fotos:
O famoso acarajé baiano
Cidade de slack line
Arte por toda a parte
Exposição de fotos
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