Ubatuba/SP |
Depois de alguns dias em Mairiporã precisamos seguir o
trecho. Nossa próxima parada seria Ubatuba, município litorâneo que fica na
divisa de São Paulo com o Rio de Janeiro e tem 92 praias, como não querer
visitar??
Lila já tinha estado no local e disse que para chegar lá
havia a serra de Ubatuba que era sinistra.
Na ocasião, ele desceu a mesma com uma Combi também, carregada inteirinha com
as coisas do restaurante. Como o veículo estava super pesado, juntando com as
curvas acentuadas resultado: a perua perdeu o freio. Ele só dizia a seus amigos
“se quiserem pular pra fora do carro fiquem a vontade, pois vamos bater”.
Bom, final das contas deu tudo certo, eles conseguiram se
livrar de algo pior, mas essa história deu um arrepio. Deus nos livre.
O dia da nossa partida começou quente, com sol, perfeito
para fazermos um dia de malabares bem legal. Seguimos até a primeira cidade
grande do trecho São José dos Campos. Chegamos lá precisando de um banheiro.
Paramos no primeiro posto que vimos.
Por “coincidência” na frente desse posto tinha um palhaço
entregando pipoca. Ele nos viu já começou a acenar e interagir. Quando nos
aproximamos para pegar umas pipoquinhas, contamos da nossa caminhada e que
iríamos fazer uma grana no sinal hoje, ele já alertou “aqui não tem como fazer
não, os policias pegam seus materiais e não estão nem ai”. A indicação do
artista foi Taubaté, a poucos km dali.
Pegamos a Sacica e nos mandamos. Lá chegando, fomos ao
shopping da cidade, como indicado, e ali nos instalamos. Mesmo com um sol de
rachar fomos encher a cidade de arte. Muitas pessoas adoraram a intervenção,
abriam sorrisos, aplaudiam, interagiam. Até os pedestres participaram.
Um moça veio nos dizer “vocês são guerreiros, cheios de força
de vontade. Tem gente no meu escritório que, de baixo de ar condicionado está sempre
reclamando, e vocês aqui” e nos deu algum trocado. Outra moça “adoro a arte de
vocês, meu irmão também faz sinal” e deixou sua contribuição.
Trajeto rumo litoral |
Assim seguimos mais uma hora, até que, chegam eles, os
fiscais. Segundo eles Taubaté não gosta de artista de rua por que parece
drogado. Bom, isso é o que eles pensam pois todo mundo nos tratou super bem. O
fiscal da prefeitura também já chegou tirando foto da Sacica pois, segundo ele,
ia mandar a foto para um amigo para se não tivesse tudo certo iam apreender a
mesma.
Só nos restou dar risada por que já tínhamos feito nossa
grana e bem, sabemos das coisas e estamos com tudo certinho certinho tanto o
carro, como nossas contas, nossa vida, enfim, que pena, que Taubaté nos recebeu
mal... o que tenho dizer: partiu
litoral!
Descobridor dos sete mares
Sentido Ubatuba chegamos nela: a serra de Ubatuba que citei
anteriormente. Como estava com uma dor de cabeça lascada devido ao sol da tarde,
dormi até o final das curvas... As poucas vezes que eu acordei só via a comboza
pra lá e para cá fazendo umas acrobacias no asfalto, do jeito que estavam as
curvas, preferia dormir que ver a descida.
Fomos tão devagarinho que, foi nascendo uma fila atrás da gente.
E, mesmo devagar devagarin, aconteceu que, o freio da Sacica também acaba.
Marcelo, que estava na boleia, diz “acabou o freio galera”. Começamos a rezar todas
as orações que sabíamos quando, em menos de 30 segundos, acaba a serra bem na
mesma hora. Estávamos exatamente na última curva!
Mandamos o carro para o acostamento e, com as pernas
tremendo estacionamos e demos um tempo para a roda que estava com aquele cheiro
de freio queimado e saindo fumaça. Viva os anjos protetores!
Depois de um longo tempo de espera o freio volta ao normal e
nós seguimos viajem para o centro de Ubatuba. Chegamos bem no dia do
aniversário da cidade, e, como nesse dia os ônibus eram de graça, as ruas
estavam lotadas.
Procuramos um lugar a beira mar para estacionarmos, um lugar
calmo e silencioso para descansarmos daquele dia cheio de surpresas.
Quando o sol nasceu, eis a surpresa: a paisagem era mais
deslumbrante ainda, em nossa frente a água verdinha com morros e mais morros
que iam aparecendo no meio da água, em sua frente os barcos e os pescadores,
parecia um quadro vivo!
Visão Panorâmica |
Ubatuba é gigante, conhecemos apenas algumas de suas 92 praias.
Lá se tem toda a estrutura de uma cidade com a paisagem e clima praianos, um
lugar super agradável para se passar uns dias. Queríamos pegar o feriadão e
aproveitar para vender.
No calçadão, além das diversas lojas, em frente a bela
paisagem litorânea estava pista de skate. Foi lá que expusemos antes do
feriadão e demos altos rolês de bord. Nada mais lindo que ver as manobras e, no
fundo, um lindo mar.
Skate na pista de Ubatuba/SP |
O grande problema de Ubatuba é que tudo lá tem que pagar.
Não se tem um chuveiro na beira da praia gratuito, se paga no mínimo R$ 5,00 o
MINUTO de ducha. Todos os estacionamentos, na rua e particulares, custam
R$10,00 reais, não se tem um banheiro sem pagar, enfim, tivemos que nos virar
nos trinta para não gastarmos o que não tínhamos.
Chegando perto do feriadão a praia mudou de calma, para
super cheia. Aquele clima de feriadão tomou conta das ruas. Som alto, todo
mundo tomando a sua cervejinha, gritos, risadas e tudo que um bom feriado
permite.
Tudo bem que a música seja alta, alta que não dá nem para
conversar e que não toque uma música no estilo em que eu curto, mas mesmo
assim, é bom ver o pessoal feliz e animado, pelo menos estão curtindo a vida em
família, desbravando e aproveitando a natureza.
Bora manguear
Artena beira do mar! |
Como a Praia Grande lotou de turistas, fomos manguear. Para
quem não é entendido da língua dos artesãos. Manguear é ir vender sua arte, de
pessoa em pessoa. E foi assim que curtimos nosso feriadão indo para lá e para
cá na areia da praia oferecendo nossa arte, tererê e muitos sorrisos.
Paramos nossa casa móvel num desses estacionamentos de
deizão. Lá estacionavam também todos os outros vendedores da praia. Eles vinham,
na maioria, da Bahia. Vender artesanatos e tererê, chega a ser uma tradição de
praia já. Mas nesse feriado, tinha gente vendendo de tudo, de tudo mesmo na
praia, até pau de selfie chingling. (até nos compramos um).
Nas areias da praia conhecemos todo o tipo de pessoas. Dessa
vez conhecemos muitos e muitos mineiros, todos gente boas. Na verdade nunca
conheci um mineiro que não fosse gente boa. Esses eram os que mais faziam festa
e os que mais queriam desconto.
Entre uma venda e outra, um banho de mar, mais uma vendinha.
Fazíamos um almoço, curtíamos uma sombrinha ouvindo o barulho do mar e assim se
desenrolaram os dias do nosso feriadão, trabalho e diversão, pois foi assim que
escolhemos.
Bem vindos ao Rio de Janeiro
Cachu na estrada?Eba!! |
Na segunda-feira, feriadão mesmo, seguimos em direção as
praias do Norte. Em Ubatuba as praias são divididas assim, Norte/Sul. Queríamos
mudar um pouco de público pois o pessoal da praia grande já devia estar cansado
da nossa cara.
Fomos indo em direção as praias preparados para mais um dia
de mangueio, fomos seguindo e nada. Logo menos vimos a placa “Cachoeira do
Prumirim”, claro que paramos para se banhar. Uma queda linda, daquelas que você
consegue entrar atrás da cachoeira, como em um esconderijo.
Chegamos Rio de Janeiro |
Depois do banho, que estava gelado, devido ao clima chuvoso,
seguimos o trecho sentido Norte para manguear. E nada das praias, quando, sem
querer avistamos a placa “Divisa de estados: SP/RJ”. Chegamos, sem querer, em
Trindade. Rio de Janeiro chegou chegando e agora aqui estamos.
Trindade é tão bonita, mas tão bonita que merece um texto só
dela. Em breve mais novidades.
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Muito da hora, que seja abençoada a viagem \o
ResponderExcluirDeivid