Mas eu, que adoro uma história, queria ouvir e ouvir as histórias de minha avó paterna Eulina. Uma dos grandes motivos dessa minha decisão de largar tudo e viajar por tudo foi poder me conhecer melhor, saber quem sou, entender mais sobre meus sentimentos essas coisas todas que fazem você descobrir o sentido da vida.
Para matar as saudades e poder dar um xêro gostoso na minha pretinha amada saímos da Ilha Grande junto ao meu tio João, que mora junto com ela em Sepetiba. Eu e meu irmão, Victor, depois de dois anos sem vê-la (a última vez tinha sido em 2013 na minha defesa de TCC), estávamos cheios de saudades.
Minha avó é uma pernambucana cheia de fibra. Veio para o Rio de Janeiro ainda nova e aqui fez sua vida, casando com meu avô carinhosamente chamado de Zézinho. Eu não tive o prazer de conhece-lo, pela distancia em que tínhamos, eu do Paraná, eles do Rio.
Ela criou seus quatro filhos, entre eles meu pai carioca, o Gulga, fez faculdade, deu aula, cuidou da casa, viajou bastante e sempre foi muito segura de si. Todos esses conceitos atuais de mulher independente, feminismo, amor próprio
e tudo mais, são fixinha para ela que sempre se garantiu e, até hoje, com seus 81 anos continua fazendo isso.
Mesmo com a sua idade que, para muitos é tempo de estar mais sossegado, caseiro, para ela não é nenhum obstáculo.
Totalmente saudável, do corpo, da mente e da alma, ela é exemplo para todos nós. Ela viaja com suas amigas para tudo que é canto, dirige seu carrinho, faz compras, cuida da casa, mexe sempre que quer em seu perfil no Facebook e, aconselha muito a gente.
Segundo a médica que está atendendo a ela o único problema que ela tem é a ansiedade, inquietação. Por isso, nada de café e guaraná em pó. Engraçado... Exatamente meus maiores "problemas pessoais", nada é atoa, como disse anteriormente, ta tudo no sangue.
Ela, que não consegue parar, é agiu e independente, sempre fala para a gente correr atrás do nosso futuro. "Não é por que você é mulher que tem que depender de alguém minha filha, faça seu dinheiro, faça sua vida".
A única "modernidade" que ela não gosta é das barbas e cabelos grandes do meu namorado e de seu neto. "Se eu fosse você nem beijava ele não. Essas barbas escondem a beleza deles".
Família ê, família á, família!
E assim foram indo esses dias que passamos lá, reencontros com meus tios, tias e primos, que vejo tão pouco, mas amo e admiro, seus atuais companheiros, Miguel, o bebê da casa, primeiro bisneto de Eulina. Apresentei a eles meu companheiro também e aos poucos, todos se sentiam parte do todo.Eu amo e sempre amei estar em família, relembrar, tirar sarro, fazer aqueles almoços gostosos, abraçar, beijar, dizer que amo. Pois dar amor é bom demais, ainda mais para aqueles, que, provavelmente, são os que mais me amam e a quem quero estar sempre conectada.
A Sacica, a Kombi colorida, fez tanto, mais tanto sucesso que, todo mundo queria entrar, ver o fogão, as camas, o teto que ergue. Cada um que entrava viajava um pouco e achava que deve ser bom demais viajar o Brasil, nos achando corajosos e diferentes.
Depois de uma semana de dias lindos e coloridos, nos despedimos com aquela tristezinha de quem não sabe quando será o próximo encontro. Ela, ficou no portão com os olhos marejados. EU TE AMO.
Viva o amor, viva as conexões, esses encontros me enchem de gratidão!
A Sacica continua desbravando o Rio de Janeiro, fique ligado!
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ahooooo!!!!!!
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