Primeira manhã da Sacica, muita chuva, muito frio |
Nossa primeira noite passamos na estrada da Graciosa.
Paramos para dormir ao lado de uma barraca de caldo de cana. Tivemos uma noite
pra lá de chuvosa. Foi a primeira vez que demorei para dormir apreensiva. A
lona da parte superior da Sacica chacoalhava para lá e para cá e o som do vento
estava sinistro lá fora.
Acordamos com o dono da barraquinha pedindo para que
saíssemos do local para ele abrir o comercio. Aproveitamos o empurrãozinho para
sairmos da cama quentinha bem cedinho e
rodarmos rumo São Paulo.
Descobrindo El
Dourado
Paradinha na estrada |
Uma combi colorida e diferente como a nossa chama muito a
atenção. Não passamos desapercebidos em lugar nenhum. Poderíamos fazer um vídeo
engraçado com as reações que vimos, são das mais diversas.
O homem carregando várias sacolas para a esposa, de cara
fechada, abre aquele sorriso. Três amiguinhos param de andar de bike e ficam
olhando ela passar, boquiabertos Um jovem casal de moto, esquece por alguns
segundos da direção e grita “que carro tesão!”. Buzinas e sinais de “beleza” e
“paz e amor” pela BR também acontecem todos os dias.
E não foi diferente a nossa chegada em El Dourado. Depois de um dia inteiro de caminhada, em um trajeto
regado a paisagens deslumbrantes, com dezenas de bananeiras, chegamos a cidade
pacata que abriga o parque.
A cidade que tem nome de lugar de filme de tesouros perdidos
estava a poucos km do nosso destino a Caverna do Diabo, um tesouro natural. Como
chegamos tarde no parque, não conseguimos visita-lo naquele mesmo dia. Assim,
teríamos que passar a noite nas redondezas, e no dia seguinte ir até a caverna,
que fica no meio da Mata Atlântica.
Banana, banana, banana |
Num piscar de olhos chegaram mais crianças, depois mais e
quando me dei conta, eles já eram em 12. Eles estavam embasbacados com a
“perua” como eles chamam, e faziam perguntas de todo o tipo. Quando coloquei o
nariz de palhaço então “nunca tinha visto isso ao vivo tia, só na televisão”.
Jogamos bolinhas “gude-gude”, batemos papo e fomos levados em comboio até a
venda do Tico para comprar café.
Criançada bonita |
“O mar é lindo e nadar nas suas águas salgadas fazem bem
para gente”. “Água salgada? Como assim? O mar tem água diferente da
cachoeira?”. “Sim, a água é salgada e tem baleia e golfinhos”. A cara de
espanto dele, valeu meu dia.
Caverna do Diabo
Caverna do Diabo |
O parque da Caverna do Diabo fica a 212km de Curitiba e 286km
de São Paulo capital. As estradas que dão acesso tem boa estrutura, porém as
subidas íngremes exigiram da Sacica, que é pesada e lenta. Subimos quase
parando, e assim, podemos apreciar bem devagarinho os morros e florestas
imensas a perder de vista.
Antes de entrar no local, um pequeno museu explica um poucos
da estrutura das rochas, fauna, flora e a história da caverna. Isso nos faz
achar ainda mais lindo tudo aquilo, algo que demorou centenas e centenas de
anos para se formar.
O nome vem dos barulhos sinistros que os escravos ouviam
vindo do interior. Eles também acreditavam na existência de algo/alguém na
caverna pois quando guardavam seus alimentos lá durante a noite, ao amanhecer,
eles sempre estavam revirados.
Caverna do Diabo |
O guia nos levou até a entrada da obra de arte da Natureza. Pegamos uma escada que ia para baixo e adentramos na caverna. O nome, nada combina com o aspecto angelical e puro onde cada pedacinho parece ter sido feito por um artista diferente.
Um pedacinho de
calmaria: Mairiporã
Saímos do parque antes do meio dia. Na volta aproveitamos
para parar no meio dos morros para uma voltinha de skate nas decidas da estrada.
Ainda hoje estaríamos na cidade mais movimentada do país: São Paulo.
Almocinho com Lila |
Depois, na convenção praiana de malabarismo, em Ilha
Comprida/SP lá estava ele novamente, servindo as suas delicias. No último dia,
quando viu a Sacica, ele veio interagir e conversamos durante horas. Ele está há
19 anos na estrada com sua cozinha, indo a festivais e eventos multiculturais.
Lá mesmo já combinamos de fazer parte de sua equipe no
próximo UP no final do ano. Para alinhar os detalhes e rever nosso amigo, fomos
até a sua casa.
O encontramos no início da noite em São Paulo mesmo. Depois
de 1h perdidos no movimento sem fim, conseguimos encontra-los. Fomos recebidos
com a tapioca de leite condensado, deliciosa, de sua amiga.
Dafne, a cadela mais gordinha desse Brasil |
Chegando a sua casa já podemos perceber a diferença do
clima, aquele frescor da natureza, calma e cachorros. Na casa existem sete
cachorros, entre eles, a minha segunda xará Dafne, a cadela. Uma basset gorda,
mais tão gorda que parece que não consegue se mexer. Ela, assim como eu é
brabinha, cheia de personalidade e comilhona. Super me identifiquei.
Mairiporã fica a apenas 30km da capital, mas é totalmente
diferente. Muita natureza, formigas gigantes, borboletas que dão choque quando
se encontram, beija-flores cantando, canto de diversos pássaros, morros e
florestas. Começamos bem nossa viagem, do jeito que mais gostamos, produzindo nossos
artesanatos entocados na floresta.
Ficamos dois dias no local alisando seus cachorros, comendo
seus pratos deliciosos, produzindo artesanatos e começando a montar as
estruturas do UP. Cortamos mesas, bancos, pensamos na decoração, na disposição
das coisas e começamos a fazer o próximo festival ir virando realidade aos
poucos.
Que chegue dia 20 de Dezembro quando iremos nos encontrar em
Pratigi/BA. Até lá, muita água vai rolar, então, continuem acompanhando.
Mais fotos;
Sem legendas... |
Entrada da caverna |
Natureza, a maior artista |
Uma limpezinha na humilde residencia |
Kelly |
Pola |
Picachu, o macho da casa |
Brigite, a mais mimada |
É mais uma vez partindo...percorrendo estradas, descobrindo e iluminando caminhos...Vão na Paz e Sabedoria Divinaa...
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