terça-feira, 10 de novembro de 2015

Trindade, o paraíso caiçara

Chegada. Praia do Cepilho
Chegamos em Trindade meio por acaso. Mas como nada é por acaso, deixamos tudo para trás, no caso a ideia de trabalhar aquele dia, e saímos para a curtição de mais um paraíso: Trindade.
Trindade, um vilarejo de Paraty/RJ,  sempre foi um dos destinos certos da trip, por indicações de pessoas muito especiais. Não tínhamos como perder!
O mesmo, fica dentro do Parque Nacional da Serra da Bocaína (PNSB), divisa entre RJ e SP, e é uma das áreas mais preservadas da Mata Atlântica do país.

Encontro das águas

Chegamos na entrada do local, a Praia do Cepilho, e já demos de cara com um sujeito risonho chamado Jamaica. Ele nos recebeu super bem dizendo "chega ali no centrinho da vila, você vira a esquerda e a esquerda de novo. Lá vai estar o pessoal como a gente, simples que curte um bom rock e reggae". Nossa segunda imagem, além do mar esverdeado, foi o encontro das águas doces com a água salgada. Dai sim! Encontro esse que a Sacica teve de atravessar pelo meio para adentrar ao centrinho, como um portal que separa lá, daqui.
O dia em que chegamos era feriado, então, pegamos ainda algum movimento no centrinho. Isso mudou drasticamente nos outros seis dias que ficamos no local, quando a vila ficou vazia e pacata.
Nós quatro
Depois de dias de muito funk e sertanejo universitário na praia de Ubatuba/SP, agora chegamos no paraíso. Jamaica estava certo, toca muito reggae e rock, estavamos feitos.
Estacionamos, no primeiro dia, no estacionamento central. Nos outros dias, conseguimos, com a ajuda de nosso amigo do estacionamento, uma vaga privilegiada que foi nossa parada por alguns dias.



Chove chuva, chove sem parar
Nós, assim como todo o resto do Brasil, estamos enfrentando dias contínuos de chuva. Na verdade, desde que saímos de Curitiba pegamos chuva todos os dias. E não foi diferente em Trindade. 
Choveram todos os dias lá. Fazia um tanto de sol, depois chovia, aquela chuvinha fininha o dia todo. 
Depois de nossa primeira temporada de viagens que foi no Centro-Oeste, em épocas de seca, quando não chovia nenhum dia, foi agora a primeira vez que ficamos na chuvarada. Bom, morar na caixinha de sapato ( esse é o apelido que dei para a Sacica agora) e ter que ficar dentro dela para se abrigar, o dia todo é uma sessão de meditação. Ficava aquele impasse: se saíssemos íamos voltar molhados e não teria como secar a roupa e poderíamos ficar doentes. E se ficássemos lá teríamos que nos espremer. Então a gente ia revezando umas horas na Combi, outras dávamos rolês na em baixo de chuva mesmo.
Outro recorde que batemos, além dos dias de chuva, foram de dias sem banho quente. Ficamos 13 dias tomando banho frio nas duchas da praia. Ainda bem que aqui não faz frio, mas um banho quente estava fazendo falta.

Na natureza selvagem 

Trilhas floridas, que lindo
Nos poucos momentos de sol que faziam, aproveitamos para conhecer os pontos turísticos que são basicamente a Praia do Rancho, a Praia do Meio, Cachadaço, as piscinas naturais e a cachoeira com a Pedra que engole. Todos eles, grandes espetáculos da natureza. Ter água salgada e doce no mesmo lugar é sensacional!
Olha a cobra!
Aqui, o contato com a natureza é intenso. Para se chegar as praias mais bonitas são minutos e mais minutos de trilhas nível médio de dificuldade. Para nós foi fixinha, pois somos acostumados, mas para quem não é muito atlético deve se preparar. Dentro da mata flores, árvores gigantes, o canto dos pássaros misturado com o bater das ondas. Cobras e aranhas gigantes também podem ser vistas.
Ao final da caminhada a Praia Cachadaço, longa, deserta de mar verde. Depois de mais uma trilha, você sai nas piscinas naturais de águas salgadas. Nela, você nada em meio aos peixes listrados e fica embasbacado. Quem puder levar uma máscara de mergulho para esse passeio, será uma ótima pedida. Quem não tiver, leve um cascalho e alugue uma com os moradores. O passeio vale muito a pena!
Pedra que engole
A Pedra que engole proporciona uma sensação de claustrofobia quando você entra em um buraquinho na pedra e sai dentro de uma caverninha bem apertada com água no umbigo.
Essa é só para os corajosos.
Outra coisa que quem quer curtir Trindade deve vir preparado é com os mosquitos. Aqui tem muito, mais muito, muito muitoooooo mosquito. (Acho que deu para entender ne??) Dormir se torna uma tarefa difícil com calor e mosquitos misturados. E não apenas a noite, como o dia todo eles estão lá te comendo vivo. Prepare-se turista.
Piscinas naturais
E, para recompensar o ataque fulminante, a mãe Gaia te presenteia com o som das rãs e dos grilos a noite, o canto dos passarinhos, o som do mar batendo nas pedras e uma vista de pássaros das mais diversas cores: verde-azul-amarelo (Saíra), branco e preto, vermelho sangue (Tiê-sangue) e também Tucanos, Beija-flores, gaivotas, e mais uma infinidade deles.
Mas, mesmo em meio a natureza Trindade é muito bem servida de pousadas, campings,lojas de artesanato, lanchonetes e restaurantes para todos os gostos e bolsos. O mercado é um pouco caro, mas pela dificuldade de se chegar as coisas lá é aceitável.
Bar 100 sono no meio do mundo
A noite, é hora de curtir um bom rock'n'roll no bar 100 sono no meio do mundo, um bareco na beira da praia do Rancho, que quando você embarca e coloca umas Gabrielas na cabeça, parece que você está viajando em um barco pirata no meio do oceano. Na noite que fui era aniversário da Andréa, nativa animada. No caso, o bar estava cheio de nativos e nós. A! Gabriela, para quem não sabe, é a cachaça mais deliciosa de todos os tempos, bebida típica de Paraty/Trindade. Ela é feita com cachaça, cravo e canela. Eu, que não bebo, abri uma brecha para fazer a cabeça. Como nunca bebo, duas doses bastaram para me deixar alegrinha.






Hermanos
Sacica e La Caprichosa
Em nosso segundo dia na vila, encontramos outra Combi, vinda da Argentina. La Caprichosa que é a Combi dos hermanos Diego,Guido e Bigote, o cão preto que não gosta de carinho. Eles estão há nove meses rodando a América. Já passaram pelo Uruguay e agora Brasil.
Já de primeira fizemos amizades e nos juntamos na mesma rua, durante essa semana que passamos lá. Fizemos a vila alternativa de Combis.
Sempre!
Como eles estavam sem gás, cozinhamos juntos, curtimos a chuvinha juntos e nos divertidos durante o marasmo. Eles foram nossos vizinhos nessa temporada. Eles gostaram tanto do local, que resolveram ficar lá até o carnaval.
Bigote, o cão argentino
Como já estávamos a alguns dias ali, começamos a nos enturmar cada vez mais com os nativos. Dentre eles, Rafaelo foi o que mais nos acolheu. Ele hoje é salva-vidas, mas já foi maluco de BR também. É nativo da região, mas hoje mora em Maresias/SP. Nos viu e logo veio interagir. 
Depois do primeiro contato, todo dia ele vinha nos ver, sempre trazendo um pão, um bolo ou oferecendo uma ducha. Como já tem experiência, sempre vinha com histórias e conselhos "brother, sempre vai ter uns almas sebosas para estragar o rolê, por isso, quando der algum problema, abaixa a cabeça e segue brother. Tem que fazer historia". Isso sim é hospitalidade! 

Para ti e para todos
O domingo, 10, começou sem chuva, Uhul!!! Aproveitamos para manguear na praia, já que o final de semana trouxe os turistas para a praia.
Mas nem bem chegou a hora do almoço a chuva já retornou. Cansados da chuva, pois estávamos quase virando sapo, seguimos rumo a Paraty. Mais uma empreitada para a Sacica!
Será que iremos conseguir subir a Serra do Deus me Livre com pouquíssima gasolina e asfalto molhado? Esperem os próximos capítulos navegantes da nave Viajando. Espero vocês no próximo post!
Hasta la vista!

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MAIS FOTOS:
Pitanga por todo lado

Malabares na beira da praia


Trilhas para a piscina natural

Encontro das águas

Jacas por todo lado também

Piscinas naturais

Água da cachoeira que sai da torneira, olha a cor






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