segunda-feira, 14 de abril de 2014

Do Festival a cachoeira

O domingo começou ainda mais lindo, Adri  Menegale, do Misturicália, fez uma discotecagem elegantíssima com clássicos da música brasileira. Foi Jorge bem, Rita lee, Tim Mais e tudo mais de bom que a música brasileira tem para oferecer. Para completar o dia, o sol brilhava no céu para espantar o frio e ao fundo montanhas e árvores.
Nós começamos a organizar o espaço para oficinas, com aquele sol, não podia deixar de ser na grama, ao ar livre.

Fomos na mata pegar cipós para a atividade. Fizemos alguns arcos e chamamos a galera para participar e aprender coisas novas. Muitos levavam jeito de primeira, iam logo se mostrando habilidosos. Outros tinham que começar, refazer, arrumar, mas no fim todo mundo saiu com um filtro dos sonhos ou uma mandala feita.
O domingo foi passando leve como vento. Não tinha stress, não tinha pressa, não tinha zica nem problema. Todo mundo curtindo, sem hora para terminar. Todo lugar que se olhava era só alegria. Malabares no ar, caras pintadas, filtros sendo feitos, muita música boa rolando. Um sol delicioso. O cenário perfeito para se viver, para sempre.
Será tão difícil assim entender que podemos e devemos ser simples? Sentimento simples, roupas simples, lugar simples. Ao invés de futuristas, vamos voltar as raízes. Sentir o pé no chão, abraçar, beijar, sentir o cheiro natural, o gosto natural, ser natural. Deixa seu cabelo ao vento, deixa seu rosto livre de maquiagem. Nem que seja só ali!
Como era domingo, para quem estava dependendo do transporte coletivo, o horário limite era as 18hrs. Depois disso nada de ônibus. Deste modo, ao final do dia, a fazenda foi ficando vazia, e o pessoal indo embora. Agora era hora de desarrumar tudo e esperar o próximo ano. Era uma mistura de alegria, pelo sucesso, e tristeza por chegamos ao fim.
Nós, do Fazendo Arte, tínhamos algumas coisas para arrumar, então, só iriamos para casa no dia seguinte. O plano era dormir ali mesmo mais um dia. Porém, nesse meio tempo, recebemos um convite irrecusável. Anderson, maluco que faz uns trabalhos de alta qualidade, e mais três cablocos que conhecemos na hora, nos convidaram para acampar em uma cachoeira ali perto.
Lua Cheia, tempo bom, amigos, fogueira e cachoeira? Tem como dizer não? Pois lá fomos nós. Heráclio, conhecedor de Areia Branca fez um mapa para nós. Cerca de 2,5km teriam que ser andados. E lá fomos nós. Mochilas nas costas, um adeus bem saudoso a fazenda e a galera e partimos para fechar nossa trip com chave de ouro.
O caminho foi feito aos poucos. Primeiro seguimos pela PR 419 até a igreja central de Areia Branca. Lá, nos encontramos com um amigo, nativo da região, que com muito carinho nos levou até o local. Viramos em uma rua de chão, depois pegamos uma trilha. O ambiente estava lindo! Um Lua no céu ia guiando nosso caminho. Depois de cerca de 40 minutos de caminhada, nesse momento tínhamos certeza que estávamos no local certo, pois o som, aquele som maravilhoso, da água da cachoeira, já começava a nos chamar.

Depois de uma andada já no mato, por trilhas, chegamos ao pico. Não podíamos ver muita coisa, mas o reflexo da lua, quase cheia, batia na água e nos deixava ver os entornos da cachoeira. Depois de largar as mochilas, cada um foi para um canto. Uns foram pegar lenha, os outros começaram o fogo, e o carioca Marte, figura singular que conhecemos no Festival, foi pegar milhos numa fazenda que ele viu ali perto.
Depois da fogueira feita, e um bom estoque de lenha para abastecer, os mais corajosos já entraram na cachu a noite mesmo. Sendo que estava o maior frio. Eu dei muito apoio moral, mas fiquei ao lado da fogueira me esquentando.
E assim a noite foi passando. A fogueira rolante, o som da água e a lua pelo meio das árvores. Armamos nossas redes e barracas, e nos preparamos para dormir, pois mesmo não sabendo das horas, estávamos bastante cansados.  Nada melhor que um cenário perfeito como esse para recarregar as energias e finalizar um ciclo dedicado a ela: Lua. Ela que sintoniza a galera a milhares e milhares de anos. GRATIDÃO.
 

 

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