quinta-feira, 9 de abril de 2015

Festival da Lua Cheia- 3ª edição


O sonho... O poder do sonho não se explica.

Ou talvez possamos até explicar, pois, como tudo é energia, se você pensa positivamente sobre algo, nada mais justo que ele acontecer. Mas não só de sonhos se vive o homem. "Deus ajuda é verdade, vai na fé não na sorte", fé aqui, quer dizer persistência, quer dizer acreditar!

Siga a poção das bruxinhas:
1 dose de sonhos (bem cheia, talvez até duas)
1 dose de planejamento

1 dose de amizades/sintonia

1 pitada bem legal de correria
1 colher de sopa de mão na massa
arte, amor, simplicidade e humildade.
Misture tudo com uma Lua Cheia e natureza.
Pronto está ai a poção do Lua Cheia.
Em sua terceira edição, podemos ver que o sonho tem poder. E podemos ver também que existem MUITAS pessoas explodindo de vontade de ser alguém mais simples.
E lá estavam eles, chegando aos poucos no Espaço Beira Mato, desde a sexta-feira santa. Loucos para por o pé no chão sem julgamentos, loucos para pintar o rosto de tinta, como crianças, loucos para usar aquela roupa que eles acham lindas e que em certos lugares é considerado coisa de gente maluca. Lá estavam eles loucos para dançar sem julgamentos, beijar, abraçar, gritar e uivar para a Lua. Auuuuuuuuuuuuuu.

Desde o final de um festival, o outro já está ali, dando as caras. Depois de muitas reuniões na fogueira, no Vila Bambu, no facebook também, conseguimos, em grupo alinhar as coisas e realizar essa façanha histórica que foi o Lua Cheia 2015. Cada qual na sua função, todos prontos para por a mão na massa.

Cada pedacinho foi pensado, cada espaço tem o amor de todos que focavam na realização desse sonho.
O Lua Cheia se resume em um sonho: Um ambiente livre, com música autoral do Paraná. Vai do reggae ao rock, do eletrônico ao instrumental. Todos os estilos ali, reunidos, em paz e harmonia.
Crianças, muitas crianças, que são recepcionadas por todos como se fossem filhos de um só coração: da mãe Gaia. Lá é o lugar que você pode deixá-los correr, brincar, comer terra sem medo.
Ali não tem espaço para crianças, nem para mulheres, nem para homens. O espaço é de todos. afinal, somos um!
E como as pessoas estão procurando isso, sintonizar, conectar. Comer melhor, se exercitar. S sentir vivo. Os comboios vinham aos montes, chagando de diversos lugares: Rio de Janeiro, Amazonas, Argentina, Curitiba, Matinhos,
Araucária, Colombo, Joinville, Florianópolis, Peru. Todos hermanos, todos com a mesma sintonia.
E mesmo com tanta gente diferente, não tivemos nenhum briga, nenhum desentendimento, nenhum problema sério. Muitos ao ler isso vão pensar "nossa que diferente, pessoas reunidas sem nenhum problema!". Mas nós estamos ai para fazer com que isso seja o normal, não o diferente, Pois é natural do ser humano o bem, o respeito!
E que seja normal, também uma alimentação mais saudável. Lá estavam presentes, também, tendas de comidas veganas, vegetarianas, sem açúcar (todas MUITO gostosas).
Sedentos de conhecimento, as oficinas estavam sempre cheias, todos querendo novidades. Ninguém ali quer saber mais ou menos, querem apenas poder partilhar os conhecimentos.
E pra que serve o conhecimento se não para ser passado a adiante? E pra que serve a vida se não para aprender?
E falando em arte, enquanto rolava o espetáculo de circo, no final da tarde de sábado, o artista , sem palavras, pede licença ao público e diz "olhem para lá pessoal a lua está nascendo". E dai o espetáculo muda de direção e a protagonista chega em cena, mãe Gaia, a maior artista. Entre palmas dividas aos dois artistas, o pessoal entrou em delírio.
A noite. Nada mais combina com noite do que o fogo sagrado a baixo das estrelas. Ainda mais no frio que estava fazendo, tipicamente do sul!
Para os urbanistas um céu cheio de estrelas é espetáculo. Ainda mais junto com a super lua!
Em volta da fogueira a noite foi passando. Rolou observação de estrelas, rolou dança tribal, rolou duendes e fadas fazendo pirofagia. Cada piscadela era uma surpresa. Teve música até as 7 da manhã.
Para presente de todos que vivem na grande Curitiba, sem sol na maioria dos dias, o sol pegou forte e tivemos um dia ensolarado com cheiro doce de inverno.
Começamos o dia com muita música brasileira e as oficinas começaram. Plantamos árvores nativas, conhecemos o calendário da Paz, praticamos acroduo.
E quando a tarde começou lá foram elas, para o meio da mata. Nesse momento começava a vivência do Sagrado Feminino. Durante algumas horas o Festival foi masculino, pois elas estavam dentro da floresta, fazendo o que todas devem fazer: se unir. Nossa força é infinita!
Sentadas em rodas colocamos em pauta os assuntos femininos que todas sempre querem debater. Falamos sobre corpo, alma, energia e coração. Retornando as origens. Cantamos, rezamos, adoramos! As medicinas sagradas nos ajudaram a reconectar. Umas choraram, outras meditaram, umas cantavam com tanta força, que mais parecia um grito, um lamento.
Assim como nossas ancestrais, lá estávamos nós com a natureza, falando de nós, sendo nós, sendo mulheres. Que força nesse momento! A fumaça do caximbo levou pros ares todas as angústias. A força do rapé dissipou todas as preocupações. O canto inspirou a coragem e hoje, somo mais mulheres que antes. Gratidão resume!
E para finalizar aquele momento eu e Carol, subimos correndo a
trilha ao encontro de um momento único: nosso casamento.
Coroa de flor na cabeça, tinta colorida no rosto. O tie die estampa nosso vestido que não era nem branco, nem rosa, nem azul. Era de todas as cores do universo. Depois de semanas ansiosas lá estávamos nós prontas para celebrar nosso amor. Com a energia do feminino mais que aflorada, eis
que bate a porta do banheiro ela: minha mãe, minha deusa. Veio correndo da praia para ir ao meu casamento, que mesmo sendo apenas uma celebração não formal, ela fez toda a questão de estar presente. É muito amor.
E como nosso casamento nada teve de convencional, nossos noivos nos viram antes da cerimônia, entramos juntos no "altar" e nosso celebrante foi o grande Nego Blue da ilha do mel. Ao invés de alianças trocamos cordões de cristal, nossas madrinhas eram as mais psicodélicas e amadas desse mundo, todas de coroas de flores. Bom, hoje, somos moças e rapazes casados ♥. Carol disse: tomara que chova no final do casamento...
Bom não foi bem no final do casamento, mas na última música, do último show...
Aconteceu...

Manditituba, mais especificamente em Areia Branca dos Assis, é um lugar muito supersticioso. Muitas lendas circulam por ali. Todos sabem quem é o lobisomem, o boi tatá volta e meia aparece. Na floresta os caboclos estão ali ( eu já os vi!!!!). Tem a história do professor que foi abduzido durante anos e mais diversas história, que eu, particularmente, acredito em todas.
Então para comprovar que o lugar é mágico mesmo, para fechar o Lua Cheia, do chão veio um redemoinho fortíssimo junto com uma chuva tão rápida que não deve ter durado cinco minutos... Esse fenômeno levou pro ares, lonas, geodésicas, roupas e produtos das lojinhas.
Qualquer semelhança com o redemoinho do Saci não é pura coincidência... Ele, assim como outros seres mágicos, apareceu no festival e fechou ele com chave de ouro. A chuva purificou e o ser das brincadeiras deixou o recado: Vocês estão no caminho certo...


Mais fotos:
Facebook Beira Mato: https://www.facebook.com/profile.php?id=100005499765019&sk=photos&collection_token=100005499765019%3A2305272732%3A69&set=a.360107307515925.1073741831.100005499765019&type=3















3 comentários:

  1. O Lua Cheia nos fez repensar milhares de coisas: valores, família, sonhos...quem somos e que devemos fazer. O planeta precisa de nós, esses loucos descalços, armados de poesia, prontos pra dançar pela paz, de mãos dadas numa eterna ciranda. Emanamos energia boa e estamos prontos pra fazer um mundo melhor! Desculpa Jonh Lennon, mas o sonho não acabou, e não nos cansaremos de dar provas disso. O amor, a união prevalecem, indiferentes à Babilônia sedenta de ganância. Somos um, somos outro e estamos juntos, plantando árvores, escrevendo placas, manifestando blogs, redes sociais... estamos na nova era, GRATIDÃO! em caixa alta a Daphi e todos que acreditam que o mundo e a vida podem sempre ser melhor! Deus abençoe! Namastê!

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  2. Que haverá com a lua que sempre que a gente a olha é com o súbito espanto da primeira vez?
    MARIO QUINTANA.
    Descreveu o indescritível.
    Parabéns 🌕🎶🎤🎷👫👬👭👬❤

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