quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Como sustentar sua trip


O texto que escrevo agora não é um manual, um tutorial ou algo assim. O que irei falar dessa vez é sobre algumas das maneiras de manter sua trip financeiramente. Apenas com o intuito de que a cultura nômade seja mais conhecida e respeitada.

Você já ouviu falar de economia nômade? Ela se resume em você não precisa ser fixo em um lugar para movimentar sua vida financeira. Estilo de vida esse que faz parte da minha rotina, de algumas pessoas que conheci e também daquelas que acompanho virtualmente.
Todos sempre me inspiram, de uma maneira ou de outra, e me ensinam mais sobre essa vida na qual ainda sou uma iniciante.


Muitas pessoas quando vem conversar comigo para conhecer esse estilo de vida (alguns chamam de "hippie", outros de malucos, de viajeiro, mochileiro, vagabundo kkkk) sempre ficam intrigados com a questão de como nos mantemos.

Assim como qualquer outra pessoa, o viajeiro precisa comer. adquirir algumas coisas pessoais, ir a eventos e, principalmente, se locomover. Para isso, cada um a sua maneira, cria um jeito de se virar, digamos assim.
Poderia escrever dezenas de textos, cada um falando de jeitos diferentes de sustentar seu mochilão. Existem pessoas que viajam totalmente independentes e, assim, trabalham durante a viagem (acredito que seja a grande maioria das que vimos pelas estradas do Brasil), pessoas que vivem de trocas, pessoas que ganham patrocínio. Tudo depende da ideologia e daquilo que se busca. Alguns viajam de carona, outros de carro, outros de bicicleta e até a pé mesmo, pode acreditar.
A maioria, pessoas anônimas que viajam apenas pelo prazer de viajar e pelos aprendizados para a vida e para o espírito que a vivência na estrada proporciona.
Anda com fé eu vou que fé não costuma falhar

O mais importante na viagem é acreditar. Acreditar que tudo vai dar certo e que as dificuldades serão nada mais que um obstáculo que será passado com muita alegria.

Como levamos vidas simples, vivemos bem. A grande maioria já procura a vida de viagens por querer chegar em um conhecimento interior profundo e nada melhor que a simplicidade para se chegar a essa luz.
Não nos hospedamos nos melhores hotéis, preferimos ficar no mato, em baixo de um céu de estrelas ou num hostel cheio de pessoas diferentes (ou dormimos em uma Combi-home , como é o nosso caso). Não comemos nos melhores restaurantes, fazemos comidas coletivas onde compartilhamos os alimentos ou compramos uma boa e velha marmita. E assim vai, não tem nada a ver com vida de turista e sim uma nova maneira de ver as coisa Nos presenteamos com um belo pôr do sol, um delicioso banho em um mar azul e assim vai.
Na rua e da rua
Minha escolha e a de muitos que vivem nas estradas é ser  artista de rua. Nós além de realizarmos atividades em escolas e eventos multiculturais, tiramos da arte o nosso sustento.
Nessa categoria podemos falar de artesãos, malabaristas, artistas circences em geral, atores e atrizes, músicos e todo tipo de arteiro. Tem aqueles que vendem suas poesias, seus desenhos, que fazem grafite.

Não pense você que aqueles que estão nas ruas vivendo de sua própria liberdade por meio da arte trabalhe ou estude menos. Todos os dias temos que trabalhar, ir a luta e correr muito atrás daquilo que queremos. Nós apenas temos um estilo diferente de vida, como falei, a economia nômade, pois, presamos nossa liberdade e amamos aquilo que fazemos, porém estudamos e nos esforçamos muito para a realização de tais.

Muitas vezes ouvi "vai estudar filha, ao invés de ficar na rua", o que eles não sabem, por exemplo, que sou jornalista de formação acadêmica. Assim como eu, muitos outros não estão nas ruas por falta de estudo e sim por escolha. Muitos largam empregos "estáveis", vagas concorridas em faculdades, conforto da casa onde mora, pois seu coração é cigano.

Para realizar nossos truques circenses, para produzir nossos artesanatos, precisamos estudar para estar sempre evoluindo e poder chegar a um nível alto de trabalho. A única diferença é que aprendemos nas ruas nosso ofício, não na academia.

Para nós, cada dia é uma nova batalha, um lugar diferente, um público diferente, uma receptividade diferente.
Cada município tem suas leis próprias que permitem ou não intervenções culturais em vias públicas como fazer malabares no sinal, expor nas ruas, etc. Existem casos de artesãos e malabaristas que tem seus materiais apreendidos por fiscais e policias. Desse jeito, precisamos sempre nos informar e ficar atentos com a legislações.
Trabalhe com aquilo que gosta e não terá que trabalhar um dia sequer na vida

Como eu disse, existem infinitas formas de se virar. Além da arte,existem aqueles que trabalham com comida  vendendo brigadeiros, lanches e quitutes. Gente que vende calcinhas, cristais, sabonetes exóticos, fazem massagens, terapias holísticas, oficinas de diversas vertentes, enfim, infinitas possibilidades.

Tem também aqueles que conheci, os quais desapegaram mesmo e vivem apenas de trocas. Para conseguir comida, hospedagem e aquilo que desejam, oferecem seus trabalhos nas
mais diversas áreas.
Nós viajeiros,  contamos também com a solidariedade das pessoas, coisa que acontece muito, mais muito mesmo.
Não só para quem vive de troca, mas para todos nós, chegam muitos gestos de carinho vindo de desconhecidos. Ganhamos comidas, palavras de afeto, local para se hospedar, presentes, rola de tudo. Um dia ganhamos várias sacolas de frutas de um morador local que adorou nossa caminhada em Goiás. Outro dia um moço, ex artesão de Ribeirão Preto, nos deu sacolas de matérias para produção de artesanato que ele não usava mais. "Estava esperando a pessoa certa para doar", dizia ele.
O importante é não deixar para amanhã seu sonho de viajar. Se você sente que está na hora se seguir seu grande sonho, seja de viajar o Brasil ou o mundo, pare, analise seus potenciais e crie. Não deixe o medo te dizer que você não pode. Quem é do bem e emana coisas boas, recebe tudo de volta do universo. Tudo flui, pode acreditar!
Dinheiro vêm, dinheiro vai agora as experiências adquiridas em uma vivência na estrada são para a vida toda.
E aquele que não tem perfil para realizar tal façanha, quando encontrar com viajantes, acolha, respeite, interaja e se abra a novos modos de viver a vida.



DICAS:
-Colei alguns links nas palavras acima.Clique e confira.
- A Pãmella Marangoni tem uma cartilha sobre esse tema, para adquirir é bem fácil. Clique aqui.





Nenhum comentário:

Postar um comentário