sábado, 7 de novembro de 2015

Artista aqui não é bem vindo, te manda!


Ubatuba/SP
Depois de alguns dias em Mairiporã precisamos seguir o trecho. Nossa próxima parada seria Ubatuba, município litorâneo que fica na divisa de São Paulo com o Rio de Janeiro e tem 92 praias, como não querer visitar??
Lila já tinha estado no local e disse que para chegar lá havia a  serra de Ubatuba que era sinistra. Na ocasião, ele desceu a mesma com uma Combi também, carregada inteirinha com as coisas do restaurante. Como o veículo estava super pesado, juntando com as curvas acentuadas resultado: a perua perdeu o freio. Ele só dizia a seus amigos “se quiserem pular pra fora do carro fiquem a vontade, pois vamos bater”.

Bom, final das contas deu tudo certo, eles conseguiram se livrar de algo pior, mas essa história deu um arrepio. Deus nos livre.
O dia da nossa partida começou quente, com sol, perfeito para fazermos um dia de malabares bem legal. Seguimos até a primeira cidade grande do trecho São José dos Campos. Chegamos lá precisando de um banheiro. Paramos no primeiro posto que vimos.
Por “coincidência” na frente desse posto tinha um palhaço entregando pipoca. Ele nos viu já começou a acenar e interagir. Quando nos aproximamos para pegar umas pipoquinhas, contamos da nossa caminhada e que iríamos fazer uma grana no sinal hoje, ele já alertou “aqui não tem como fazer não, os policias pegam seus materiais e não estão nem ai”. A indicação do artista foi Taubaté, a poucos km dali.
Pegamos a Sacica e nos mandamos. Lá chegando, fomos ao shopping da cidade, como indicado, e ali nos instalamos. Mesmo com um sol de rachar fomos encher a cidade de arte. Muitas pessoas adoraram a intervenção, abriam sorrisos, aplaudiam, interagiam. Até os pedestres participaram.
Um moça veio nos dizer “vocês são guerreiros, cheios de força de vontade. Tem gente no meu escritório que, de baixo de ar condicionado está sempre reclamando, e vocês aqui” e nos deu algum trocado. Outra moça “adoro a arte de vocês, meu irmão também faz sinal” e deixou sua contribuição.
Trajeto rumo litoral
Assim seguimos mais uma hora, até que, chegam eles, os fiscais. Segundo eles Taubaté não gosta de artista de rua por que parece drogado. Bom, isso é o que eles pensam pois todo mundo nos tratou super bem. O fiscal da prefeitura também já chegou tirando foto da Sacica pois, segundo ele, ia mandar a foto para um amigo para se não tivesse tudo certo iam apreender a mesma.

Só nos restou dar risada por que já tínhamos feito nossa grana e bem, sabemos das coisas e estamos com tudo certinho certinho tanto o carro, como nossas contas, nossa vida, enfim, que pena, que Taubaté nos recebeu mal... o que tenho  dizer: partiu litoral!

Descobridor dos sete mares

Sentido Ubatuba chegamos nela: a serra de Ubatuba que citei anteriormente. Como estava com uma dor de cabeça lascada devido ao sol da tarde, dormi até o final das curvas... As poucas vezes que eu acordei só via a comboza pra lá e para cá fazendo umas acrobacias no asfalto, do jeito que estavam as curvas, preferia dormir que ver a descida.

Fomos tão devagarinho que, foi nascendo uma fila atrás da gente. E, mesmo devagar devagarin, aconteceu que, o freio da Sacica também acaba. Marcelo, que estava na boleia, diz “acabou o freio galera”. Começamos a rezar todas as orações que sabíamos quando, em menos de 30 segundos, acaba a serra bem na mesma hora. Estávamos exatamente na última curva!
Mandamos o carro para o acostamento e, com as pernas tremendo estacionamos e demos um tempo para a roda que estava com aquele cheiro de freio queimado e saindo fumaça. Viva os anjos protetores!
Depois de um longo tempo de espera o freio volta ao normal e nós seguimos viajem para o centro de Ubatuba. Chegamos bem no dia do aniversário da cidade, e, como nesse dia os ônibus eram de graça, as ruas estavam lotadas.
Procuramos um lugar a beira mar para estacionarmos, um lugar calmo e silencioso para descansarmos daquele dia cheio de surpresas.
Quando o sol nasceu, eis a surpresa: a paisagem era mais deslumbrante ainda, em nossa frente a água verdinha com morros e mais morros que iam aparecendo no meio da água, em sua frente os barcos e os pescadores, parecia um quadro vivo!

Visão Panorâmica

Ubatuba é gigante, conhecemos apenas algumas de suas 92 praias. Lá se tem toda a estrutura de uma cidade com a paisagem e clima praianos, um lugar super agradável para se passar uns dias. Queríamos pegar o feriadão e aproveitar para vender.
No calçadão, além das diversas lojas, em frente a bela paisagem litorânea estava pista de skate. Foi lá que expusemos antes do feriadão e demos altos rolês de bord. Nada mais lindo que ver as manobras e, no fundo, um lindo mar.

Skate na pista de Ubatuba/SP
O grande problema de Ubatuba é que tudo lá tem que pagar. Não se tem um chuveiro na beira da praia gratuito, se paga no mínimo R$ 5,00 o MINUTO de ducha. Todos os estacionamentos, na rua e particulares, custam R$10,00 reais, não se tem um banheiro sem pagar, enfim, tivemos que nos virar nos trinta para não gastarmos o que não tínhamos.

Chegando perto do feriadão a praia mudou de calma, para super cheia. Aquele clima de feriadão tomou conta das ruas. Som alto, todo mundo tomando a sua cervejinha, gritos, risadas e tudo que um bom feriado permite.

Tudo bem que a música seja alta, alta que não dá nem para conversar e que não toque uma música no estilo em que eu curto, mas mesmo assim, é bom ver o pessoal feliz e animado, pelo menos estão curtindo a vida em família, desbravando e aproveitando a natureza.


Bora manguear

Artena beira do mar!
Como a Praia Grande lotou de turistas, fomos manguear. Para quem não é entendido da língua dos artesãos. Manguear é ir vender sua arte, de pessoa em pessoa. E foi assim que curtimos nosso feriadão indo para lá e para cá na areia da praia oferecendo nossa arte, tererê e muitos sorrisos.

Paramos nossa casa móvel num desses estacionamentos de deizão. Lá estacionavam também todos os outros vendedores da praia. Eles vinham, na maioria, da Bahia. Vender artesanatos e tererê, chega a ser uma tradição de praia já. Mas nesse feriado, tinha gente vendendo de tudo, de tudo mesmo na praia, até pau de selfie chingling. (até nos compramos um).
Nas areias da praia conhecemos todo o tipo de pessoas. Dessa vez conhecemos muitos e muitos mineiros, todos gente boas. Na verdade nunca conheci um mineiro que não fosse gente boa. Esses eram os que mais faziam festa e os que mais queriam desconto.
Entre uma venda e outra, um banho de mar, mais uma vendinha. Fazíamos um almoço, curtíamos uma sombrinha ouvindo o barulho do mar e assim se desenrolaram os dias do nosso feriadão, trabalho e diversão, pois foi assim que escolhemos.

Bem vindos ao Rio de Janeiro
Cachu na estrada?Eba!!
Na segunda-feira, feriadão mesmo, seguimos em direção as praias do Norte. Em Ubatuba as praias são divididas assim, Norte/Sul. Queríamos mudar um pouco de público pois o pessoal da praia grande já devia estar cansado da nossa cara.
Fomos indo em direção as praias preparados para mais um dia de mangueio, fomos seguindo e nada. Logo menos vimos a placa “Cachoeira do Prumirim”, claro que paramos para se banhar. Uma queda linda, daquelas que você consegue entrar atrás da cachoeira, como em um esconderijo.
Chegamos Rio de Janeiro
Depois do banho, que estava gelado, devido ao clima chuvoso, seguimos o trecho sentido Norte para manguear. E nada das praias, quando, sem querer avistamos a placa “Divisa de estados: SP/RJ”. Chegamos, sem querer, em Trindade. Rio de Janeiro chegou chegando e agora aqui estamos.








Trindade é tão bonita, mas tão bonita que merece um texto só dela. Em breve mais novidades.



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