segunda-feira, 10 de março de 2014

Belas vistas e primeiro de dia de trabalho


As 8 hrs alguns foram despertando e acordando os outros, foram dando um chacoalhão na barraca do vizinho ou dando um super grito de bom dia. Ao despertar uma linda paisagem nos esperava do lado de fora da barraca. A fazenda se encontrava vazia e sem movimento. Lindos pastos com araucárias lindas se espalhavam pelo local. Logo mais estariam cheios de barracas e pessoas.
Fomos até o QG da monitoria. Chico começou chamando os membros da portaria, que deveriam estar prontos para a abertura dos portões.
A os poucos, cada um foi indo para seu setor, ou quem não era daquele turno, foi voltando para a cama. Como eu era do camping, minha área foi a última a começar a funcionar. Nesse meio tempo, aguardando a chegada das pessoas.
No QG os seguranças esperavam reunidos para falar com alguém. Usei a torneira que tinha ao lado para lavar meu copo. Nisso acabei ouvindo o papo dos mesmos. Um eles, mais experiente no trabalho dentro do Psicodália dizia:
- Cara, você que já trabalhou em rodeios e aquele festival de metal que acontece aqui na fazenda, não vai acreditar no público daqui- afirmava. Eles são da paz mesmo. Não tem briga, não tem quebra-quebra. Você pede, eles respeitam. (nada contra nenhum desses eventos, estou apenas reproduzindo as palavras do mesmo)
Ouvia as palavras sorrindo com orgulho e gratidão. Sabia que aquelas palavras eram a mais pura verdade.
Já começando as atividades típicas de festivais, começamos a pintar a cara. Como uma espécie de ritual o público gosta de pintar o rosto e colorir o ambiente. Logo avistei um casal com tintas, me aproximei para me pintar também.
- Olá galera, prazer, meu nome é Daphine, posso me pintar também?
- Guerreiro.
- Viajante.
-Terra, prazer- disseram eles.
Sem entender fiquei com cara de confusa e admiti.
- Que nomes são esses?
- Você não sabe o seu?- perguntou uma moça de olhos verdes penetrantes e um acentuado sotaque de quem fala espanhol.
- Acho que não...- respondi.
- Então vem aqui!- disse Prisicla que me pegou pelas mãos e correu em direção a sua barraca.
Ela entrou na barraca, procurou por alguns minutos e saiu com uma espécie de livro muito colorido. Me pegou de volta pela mão e retornamos a mesa em frente ao refeirório. Lá ela abriu o livro, que na verdade era uma agenda. Logo vi do que tratava, era o calendário da paz, ou Calendário da paz. Os nomes ditos anteriormente eram referentes ao Kin daquelas pessoas.
Fazia tempo que estava com vontade de saber mais sobre esse tema. Estava sempre vendo e lendo algumas coisas sobre esse calendário que dita que tempo é arte, não dinheiro. Este é o calendário do Novo Tempo e pode ser usado por toda a humanidade. A partir dele o ser humano na sua freqüência natural conhecida como 13:20.
Aos poucos, seguindo esse calendário e suas práticas começa a ocorrer o fenômeno da sincronicidade, ou seja estará mais vezes, no lugar certo, na hora certa, encontrando a pessoa certa e fazendo a coisa certa. E isso ocorrerá sem o uso de relógios, torpedos e afins, sabe por que?  Pois o seu relógio biológico começará  a funcionar.
É só experimentar! Veja a minha situação, naquele momento o conhecimento veio até mim de maneira espontânea, como que mostrando que era pra ser assim. Fiquei ali escutando, toda animada, quase hipnotizada na realidade. Primeiro pela beleza, calma e carinho de Prisicila que explicava com um amor enorme. Segundo pelo grande encontro que ali ocorria.
Depois de conversar com Terra Galática usei as pintas para pintar um sol em meu rosto e no rosto do Sid, meu amigo. Fizemos os desenhos para chamar o sol para esquentar o clima frio daquela manha.
Logo mais fui a meu ponto de trabalho. Iria monitorar os campings próximos a cozinha comunitária e a área de Tai Chi.
Eu indicava os locais proibidos as pessoas, dava uma olhada na cozinha, dava informações a quem precisava e passava a tarde dando uma ronda pelos campings. Aos poucos os ambientes foram ficando lotados. A cozinha começou a exalar cheiro de comida. Os banheiros começaram a encher. Era a nave Psicodália começando a voar.
A tarde passou rapidamente. As 16 hrs Xicó chegou com sua bike trazendo Bia que iria ficar em meu lugar. Bia tinha acampado comigo no dia anterior. Ela era mãe da linda Violeta uma mocinha de 5 anos. Sai do trabalho e fui apreciando aquele final de tarde encantador que só se vê no Psicodália. Fui direto ao acampamento arrumar as coisas para  tomar um banho renovador.
A noite começou no Sallon, bar que fica em um local fechado em frente ao palco principal. Lá rola música a noite toda. Retornamos a pintar nossos rostos enquanto esperávamos o início do show de Felipe Harp. Felipe tocou sozinho diversos instrumentos. Era o verdadeiro homem-banda. Em certo momento do show, ele informou que era nativo de Rido Negrinho, e tinha crescido em meio aquelas fazendas.
Começamos os trabalhos da noite em alto estilo. Na saída fiquei sabendo por Luquinhas que meu irmão já estava no festival. Eu e meu irmão trabalhamos uma comunicação muito íntima. Costumamos pensar as mesmas coisas, conseguimos nos encontrar sem marcar local e coisas assim.
E assim fui passando a noite mentalizando que o encontraria em breve e tendo certeza de que isso acontecia. Me dirigi com Tainá para o palco central para assistir Davi Henn. Mal Chegamos ao palco encontramos Renata, sua irmã Carla com seu namorado Ander . No dia anterior Renata tinha me mandado uma mensagem no celular dizendo que  tinha medo de não nos encontrarmos. Eu respondi a ela que sem dúvidas iríamos nos encontrar, e assim foi.
Naquela noite ainda rolaria Wander Wildner, Made in Brasil e as 5h30 no palco dos guerreiros Charles Racional, a banda de meus grandes amigos de Curitiba. Como meu turno começava as 8hrs achei melhor não dormir depois do show e sim antes, dai eu poderia aproveitar o início da manha.

Fonte sobre calendário da paz: http://www.kalinkababuska.com.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=187:calendariomaia&catid=42:calendariomaia&Itemid=57

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