quinta-feira, 13 de março de 2014

Cara de adeus

A terça-feira foi começando com aquele clima de adeus. Já era o último dia de festival. Desde cedo já tinha um movimento de pessoas se aprontando para ir embora.
Meu papel hoje era fazer as rondas normais e avisar, para quem tivesse indo embora para que, se quisesse, deixasse a lona do acampamento como doação para a Defesa Civil de Rio Negrinho.

O bom de fazer monitoria no Psicodália é que as pessoas já tem consciência das coisas. A maioria dos acampamentos  estavam limpinhos e quando não estavam, só de passar no local o indivíduo já se tocava q ia jogar o lixo nos latões.
Hoje o movimento estava grande na área que eu cuidava, tinham mais slack lines montados e a galera estava firme tentando aprender. Vieram os mineiros oferecer erva. Meu irmão e Vinícius brincar no elástico e Claudinha, que vinha todo dia me fazer companhia e papear.

Calma, calma, calma
A terça-feira foi passando e os campings, aos poucos esvaziando. Por mais que estivesse chegando o final do festival, eu estava a todo vapor pensando que hoje é dia de Di Melo!
Esperava ansiosamente o horário do show. Entre uma ronda e outra ia perguntando as horas para me situar no tempo. A idéia era tentar almoçar no horário do show.
Quando deu o horário esperei Xicó aparecer para avisar da minha partida para comer.  Mas antes disso começou o show. Não consegui me segurar e dei uma corridinha no palco ( Xicó não fique brabo, foi rapidinho!).
Di Melo já chegou no palco destruindo, abriu o show com “Kilário”. Todo mundo cantou, dançou e pulou junto num só coro. O cantor, tão feliz quanto todo mundo gritava “alô Psicodááááália!!!!”. A emoção contagiou a todos e dava para ver a felicidade estampada em seu rosto.
A segunda música foi a minha favorita “A vida em métodos diz calma”. Calma, calma, calma pensava eu, como um mantra. O coração pulava de alegria. Cantei junto e quase perdi a voz.
Depois da segunda música precisei voltar a meu local de trabalho, ainda bem que a cozinha fica bem pertinho do palco e eu ouvi o show todinho! Di Melo dizia “Psicodália, amo vocês! Não é demagogia não, é de verdade. Psicodáááália!”.

Um cadinho de sertanejo na fazenda
Meu turno foi passando leve como uma pluma, afinal tinha acabado de ouvir o show do Di Melo, podia ser diferente? E o dia estava apenas começando. As 15hrs ainda ia rolar Almir Sater.
Momento antes do show, começou uma chuva, mas uma chuva daquelas que faz você já começar a pensar como vai dormir essa noite pois tem certeza que sua barraca estará todinha molhada.
Ainda bem que os mineiros de Belo Horizonte tinham armado uma fogueira na cozinha. Lá nos esquentamos do frio que a chuva trouxe e secamos nossos pés.
Estávamos nós em uma fazenda lindíssima, tomando uma cuia, em volta de uma fogueira. O que mais precisávamos para nosso cenário ficar perfeito e com cara de campo? Sim o início do show do Almir Sater. Nunca me senti mais sertaneja do que aquele dia.
O som daquela viola, aquelas letras maravilhosas. Devo admitir que fiquei surpreendida com tanta qualidade musical. O clima, mesmo com aquela chuva, era de calma e sossego. Faltou só um bom cafuné.

Para tudo se tem um jeito
O som que era para rolar, na programação oficial, até as 18 hrs se estendeu até tarde da madrugada. Bandas que já tinham tocado como Cadillac Dinossauro e Central Sistema de Som iriam se reapresentar.
Mas antes de pensar em qualquer coisa, tinha que ver o que tinha acontecido, depois da chuva, com minha barraca. Segundo meu irmão a situação aparente da minha barraca era preocupante.
No final das contas a aparência de caos era só por fora, por dentro ela tinha molhado bem pouquinho. Bem menos que a barraca de meu irmão. Então convidei ele e Vinícius para dormirem aquela noite na minha barraca.
Nesse meio tempo diversas fogueiras foram acessas no Dália. Todo mundo estava se virando para conseguir secar as roupas, toalhas e cobertas que tinham sido lavadas pela chuva. Fomos ajudar algumas pessoas a acender as fogueiras, eles eram de Belém do Pará e de Vitória.
Fomos atrás de lenha e grimpas. Quando chegamos com elas e as mesmas ajudaram a dar força no fogo eles ficaram espantados. Mesma cena que aconteceu no Psicodália do ano anterior com um grupo de mineiros e paulistas.

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