quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Despedida e início da correria para voltar para casa

Tínhamos dormido perto da barraca de Ana e Luã. Acordamos com pingos de chuva. A cada momento eles aumentavam mais. Nos corremos, então, para a cobertura da barraca do Will. E corremos na hora certa.
Os pingos se transformaram em uma chuvona grossa que só. Aos poucos foi tudo inundando. Isso bem na hora que diversas pessoas precisavam arrumar seus pertences para partir.



Foi água para tudo que é lado. Nos íamos fugindo das goteiras na lona. O lado bom é que a chuva foi rápida. Uma meia hora depois ela parou e lá veio o sol novamente. Foi até bom para dar uma refrescada no ambiente.
Nos despedimos da galera, com alegria e saudade e partimos para nossa barraca, que também tinha de ser desmontada logo.
Fábio não estava lá, mas eu e Victor fomos arrumando a barraca. Quando Fábio retornou estava tudo pronto para partir. Porém Fábio tinha ganhado uma barraca do nosso vizinho que partiu e deixou-a lá para ele.
Como ainda teríamos que esperar ele se organizar, aproveitei para comer , carregar meu celular, e dar um último role pelo festival. O clima de despedida era grande. As excursões saiam em comboio e tiravam fotos de despedida. Não encontramos Marcelo para nos despedirmos.
Voltando para a barraca descobrimos que Fábio tinha o intuito de estender a trip junto com Camila. Eles queriam conhecer Salvador. Eu e Victor queríamos descer pro sul. Porém se não conseguíssemos carona iriamos a Salvador com eles.
Quando tudo estava pronto, partimos rumo a saída do festival. Tínhamos uma boa caminhada para percorrer e o sol estava cada vez mais forte. Fomos andando aos poucos, parando de vez enquanto.
Camila e Fábio seguiam pela passagem que tinha um solo mais firme, porém mais sol. Como Camila carregava duas malas com seus equipamentos de projeções ela precisava de um solo mais duro.
Eu e meu irmão fomos pela área de areia mais fofa, porém com mais sombras. Foi então que um carro passou e deu carona para nós, e mais alguns meninos que vinham logo atrás. Embarcamos na pick-up e fomos até a saída. Fizemos sinal para Fábio e Camila que estaríamos na frente esperando-os.
Da saída do festival até a praça, mas uma caminhada das boas. Fomos nos arrastando praticamente até a saída. Lá chegando largamos nossas coisas e partimos a procura de caronas.
Fábio e Camila não apareciam por nada. Enquanto isso, meu irmão ia procurando carona, conversando, com os motorista. Eu também abordei alguns carros com placas do sul. Os de Curitiba estavam sempre lotados.
E assim foi nossa tarde. Uma procura frenética por caronas pro sul. Para Brasília e Salvador tinham diversas, pro sul, nada! Quando chegou perto das 16 hrs resolvemos partir de ônibus mesmo. Estava difícil conseguir carona e em Ilhéus, que não era muito longe, tinha ônibus para Curitiba.  Achamos melhor rumar para lá, que é sentido sul, do que subir para Salvador e depois descer.
Conseguimos carona até Ituberá. Na rodoviária achamos uma vã que iria até Itacaré. Lá pegaríamos o ônibus para Ilhéus. Entramos na vã e partimos. Os caminhos que percorremos eram todos lindos, contrastando com algumas periferias que também vimos.
Na hora de pagar, todos os passageiros estavam pagando R$20,00 reais. Porém um casal de Salvador, que estava de viagem de férias, tinha sido cobrado pelo valor de R$ 40,00 reais. Eles ficaram indignados pela diferença e queriam pagar apenas R$20,00. O motorista não gostou nada da ideia. Abriu a porta e disse
- Se não pagar desce!
Já era início da noite, e estávamos no meio da estrada. Eles resolveram pagar. Continuamos a viagem, porém, o clima de nervosismo e tensão era nítido no ar. Chegando em Itacaré, os passageiros foram deixados próximo as pousadas e nós fomos deixados na rodoviária.
O ônibus para Ilhéus iria partir em menos de 10 minutos. Corremos comprar as passagens e logo embarcamos. Dessa vez me certifiquei de que o ponto final era em Ilhéus, para não ocorrer desencontros.
Cerca de uma hora depois, chegamos em Ilhéus. A rodoviária estava vazia e a maioria dos guichês fechados. Só conseguiríamos passagem para o dia seguinte. Sentamos no meio fio e lá ficamos conversando e relembrando os dias que se passaram.
Dois sujeitos vieram interagir conosco. Duas figuraças! Começaram a puxar papo e já queriam saber de onde éramos. Quando falamos que éramos do sul, um deles, o mais magrelo, começou a contar uma história.
- Eu trabalhava numa funerária. Um dia morreu um cara de Santa Catarina. Naquela época especificamente, os aeroportos estavam em greve. Então lá fui eu mandado para o sul com o defunto no carro- contava ele animadíssimo.
Segundo contou foi uma experiência muito louca andar dois dias de carro com um defunto de companhia.  O outro era casado a mais de 10 anos. Parecia um homem feliz e satisfeito.
-Eu amo minha mulher ela me deixa sair sempre sabe, sem ficar braba depois. Eu moro ali embaixo sabe?- apontava- Naquela rua lá. Comprei um apartamentozinho no minha casa minha vida. Vocês querem dormir lá? Tem cama lá. Tem comida também.
Agradecemos o convite, mas ficamos por ali mesmo. Os dois seguiram animados para casa. Nós nos acomodamos nas cadeiras no saguão e ficamos assistindo ao filme que passava na TV.
Assim como nós, se encontravam lá mais jovens esperando o dia seguinte para partir. Um deles era DJ e tinha tocado no UP. Assim como nós estava cansado e acabou dormindo do jeito que deu.

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