terça-feira, 21 de janeiro de 2014

O segundo dia do ano e a beleza das crianças

O início do nosso segundo dia do ano foi uma delícia. Acordamos na galeria de arte depois de um noite agitada por causa da chuvinha que caiu, nos fazendo acordar da beira da praia, onde dormíamos, e ir para a área coberta da galeria  e também pelos horários dos remédios que tínhamos que controlar.
Porém, acordamos muito aliviados.
O dia anterior tinha sido uma loucura, mas lá estávamos nós, sãos e salvos. Apreciamos mais um belo nascer do dia.
O sol já estava quente e convidando para um banho de mar. O mar estava como sempre, ao mesmo tempo refrescante e quentinho, fazendo ficar na água minutos a fio sem perceber. Era perfeito.
Logo depois, retornamos para a nossa barraca, lá encontramos Fábio.
Contamos para eles nossa saga do dia anterior e ele não pode acreditar que tivessem nos largado lá, achando um absurdo a situação. Nossa vontade era voltar lá e falar com o tal médico que nos disse que iriamos ter como voltar... Mas quer saber, estávamos é querendo sossego. Comemos e nos organizamos, então, para irmos para a pista dançar.
Nos encontramos com o povo de Curitiba e ficamos lá, curtindo um som. Uma garota vestiu um bonecão desses do carnaval de Olinda  e andava pela pista. Outros curtiam as cores das tintas em pó que eram jogadas no ar e que caiam pintando aos que estavam por perto. Semelhante ao que acontece no festival indiano Holi.

Observando a tudo isso, ficava lá apaixonada pela movimentação. Foi quando vi um garotinho, devia ter seus 7 anos. O mesmo tinha cabelos tigelinha que dançavam saltitando quando ele corria pela pista. Curtia como se não houvesse amanha, feliz da vida. Os adultos seguiam a dança, interagindo com ele a cada momento.
Uma coisa marcante de festivais, não sendo diferente no Universo Paralello, e a quantidade de crianças. Tem de todo tamanho e jeito. Loiro, negro, brincalhão, chorão, a que não para quieta e aquelas conversadoras. Todas muito a vontade, com roupas leves ou então peladinhos.
Apaixonantes figurinhas que serão os futuros sujeitos desse mundão começando sua vida em lugares que pregam o respeito, a alegria e a tolerância. Que levem para a vida esses ensinamentos. São as verdadeiras crianças cristais.
A geração cristal nasceu volta dos ano dois mil e elas começaram e encarnar na Terra. Elas representam o próximo passo na evolução humana. Elas tem maior facilidade em entender e sentir aquilo que dev ser feito e irão detonar os velhos dogmas e sistemas. Serão os guerreiros espirituais que vêm desmantelar e remover maneiras velhas e limitadas de pensar e elas vêm para começar o processo de renovação e reconstrução.
Lá estávamos todos em sintonia, adultos, crianças, homens e mulheres. O ano de 2013 terminou com graça deixando saudades. Mas 2014 chegou com tudo, cheio de lições e acredito que será assim para todos nós.
Já era passado do meio dia, mais remédios meu irmão teve de tomar. Precisávamos cozinhar alguma coisa para não tomar remédios de estômago vazio. Fomos a cozinha e colocamos as mãos na massa. Depois de almoçarmos, demos um tempo na praia e fomos participar de uma interessantíssima palestra sobre plantas medicinais e xamanismo.
Após a palestra ocorreria um espetáculo para crianças. Lá, voltamos a ter contato com as ilustres figurinhas do festival. Um palhaço apresentava um número de mágica e palhaçadas. As crianças, muito concentradas sentavam em fila na areia da praia para assisti-los. Algumas ficavam no colo de seus pais que também assistiam ao palhaço. De vez enquanto o artista chamava um deles no palco para participar, elas se amarravam.  Ficamos ali, iguais a crianças, curtindo e dando risada.
Vimos o por do sol por entres os coqueiros e aos poucos fomos lembrando que era nosso penúltimo dia de Universo Paralello. A noite foi chegando, belíssima e estrelada como sempre. Curtimos a noite andando pela praia e curtindo um som aqui e outro ali.
Perto do Chillout conhecemos um camarada gaúcho que faz trabalhos em tiedye. Meu irmão usava uma camiseta de tiedye que tínhamos comprado no Psicodália. Ele então chegou e já veio dizendo, com aquele sotaque gaúcho.
- Dai galera, essa arte aqui é minha não é não?- disse pegando na camiseta- Onde vocês compraram?
- No psicodália sabe? Ela é tua sim, lembro dos teus produtos- disse Victor.
- Sim eu até comprei um brinco teu, bem lindo- complementei.
-Bah! Que lega. Adorava essa camiseta. Mas agora mudei de tinta, venham ver.
Passamos algumas horas conversando. Quando falamos que éramos do sul também, foi mais divertido ainda.  Conversamos sobre festivais, arte e acerca das mudanças que ocorrem. Alguns conceitos como o da vibe da simplicidade e confraternização, já tinham acabado. Estava tudo caro demais e não só os grandes, mas os menores também.
Ele e sua família, esposa e filho, viviam vendendo sua arte nos festivais, viajando de Combi. Quantas histórias! Nossa conversa foi encontro muito produtivo e agradável.
Neste dia prometi para Luã e Ana que finalmente iria conhecer o som dark que rolava nas madrugadas da pista 303 . Curti bastante o som e principalmente a vibe da pista. Como o palco tinha bastante luz negra, a galera se pintava com tinta neon e ia la dançar toda colorida.
Depois de curtir bastante, só nos restava ir descansar algumas horinhas para poder estar disposto para o dia que chegava. Voltamos devagar para nossa barraca que ficava na outra extremidade do festival. Deitamos e dormimos rapidamente. Amanha, nosso último dia de festival. Queríamos ver o sol nascer!

Fontes sobre geração cristal: Caminhos de luz.

Nenhum comentário:

Postar um comentário