sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Último dia do ano

Acordei, pela última vez em 2013, com uma voz doce me chamando. Era Ana, minha fadinha de Curitiba. Ela veio me chamar na barraca, pois já estava acordada desde o nascer do sol.
Me levantei animada com mais um dia de sol e calor.
Demos uma olhada na programação do festival. Logo de manha ia acontecer uma atividade na tenda de cura. Eu e Ana fomos até lá, e os meninos foram para outro canto.
A tenda de cura era realmente uma tenda, bem alta, que ficava na beira da praia. La dentro tinham algumas esteiras. Você sentada lá e logo um dos membros da equipe de cura vinha falar com você. A moça que me atendeu tinha um dos olhos mais serenos que eu já vi. Ela chegou, sentou ao meu lado, deu um sorriso lindo, pegou na minha mão, e disse:
- Olá linda flor, está tudo bem com você?- perguntou ela, olhando em meus olhos.
- Mais ou menos, essa noite passei mal do estômago- respondi ainda meio tonta com aquele olhar calmo e lindo.
-É, muitas pessoas estão passando mal devido a água do mangue. Deita ai então que vou fazer uma massagem em você, ta?
Deitei na esteira, fechei meus olhos e relaxei. A moça fez então uma massagem deliciosa em mim. Com o uso de óleos essências ela trabalhou com meu corpo, me deixando tão relaxada e de bem comigo mesma como a tempos não sentia. Após a massagem, ela colocou as sementinhas da aurículo terapia em minhas orelhas, nos pontos do fígado e do estômago. Eu deveria apertá-las durante o dia. Logo meu mal estar passaria.
Terminada essa sessão, outra linda moça, dos olhos verdes, veio me ofereceu uma sessão de Heiki com alinhamento chakras. Eu aceitei na mesma hora, sempre quis fazer Heiki. Deitei então novamente na esteira. Acabei aos poucos, entrando num estado de sono, digamos assim. A energia daquele momento era muito forte. Após a prática, demorei a voltar ao “mundo real” não sabia se dormirá, ou sonhava. Ela sabia d meu tempo. Quando acordei ela veio falar comigo.
- Alinhei seus chakras ta? Eles estão tos muito bem equilibrados.  Só o chakras terra que precisa ser ativado. Quando chegar em casa leia mais sobre ele e faça uso dos cristais ok?
Quando ela explicou qual era a função do chakras base, eu arrepiei. Era realmente naquele ponto que eu estava precisando melhorar em minha vida, e luto para isso desde que me entendo por gente.  Ela falou tudo sobre mim, como se já me conhecesse a décadas. E tem gente que não acredita em energia...
Sai da tenda, com Ana, em um estado de relaxamento profundo. Qual foi a nossa cara de bem estar, que logo que saímos Luã e Guto entraram na tenda. Porém, meu irmão estava deitado numa canga na sombra. Fui perguntar se ele não queria receber uma massagem. Ele se recusou dizendo estar mau. Eu que passei mau na noite passada, disse ser por causa da água. Fomos tomar água de coco e comer.
Fomos até a barraca de Felipe, nosso companheiro de viagem,que estava acampado com Jéssica e Thais, duas amigas dele. Jéssica é, assim como eu, jornalista e mora em São Paulo. Thais estuda psicologia na UFSC em Florianópolis. Duas queridas e super simpáticas moças que estavam viajando de carro, pelo litoral. Já tinham viajado bastante e iriam conhecer mais da Bahia.

Como seu vizinho Ganesh, garoto de nove anos. Magrelo, com um cabelo estiloso, curioso e falador. Eu, sou apaixonada por crianças, normalmente me sinto melhor conversando com eles do que com muitos adultos que conheço. Tiramos algumas fotos fazendo careta. Quis saber:
- Ei Ganesh, você é de qual cidade?
- Eu não sou de cidade nenhuma- disse ele numa normalidade surpreendente- eu moro na Chapada Diamantina. Lá não é cidade é natureza.
Meu coração palpitou de alegria com essa frase. Que coisa mais linda. Só imagino o quanto ele não deve brincar e ser feliz naquele lugar.
Comentei com ele que queria ir para lá, logo mais. Ele indicou que eu fosse mesmo, ai , quem sabe, nos encontraríamos lá.
O final da tarde passei na galeria com a galera. Meu irmão estava ainda mal, indisposto, com dor no estômago. O que poderia estar causando essas dores?
Na dúvida, resolvemos passar no pronto atendimento do festival. Estávamos em um lado da praia. Tivemos que andar bastante. Cada vez a indisposição aumentava. Lá no local a fila era relativamente grande, mas a maioria iria fazer apenas curativo em algum machucado. Uma moça fez nosso cadastro, então esperamos o médico chamar. Quando chamados, expliquei a situação para ele. Ele julgou ser a água do mangue, ou até o próprio calor. Assim colocou Victor no soro e depois lhe passou alguns remédios.
Cerca de 45 minutos depois, fomos liberados. Meu irmão bem melhor. Fomos andando normalmente para a barraca. O clima de festa era grande no ar. Aos poucos as filas para as duchas estavam gigantes. Alguns já estavam com roupas brancas, e ao mais animados já gritavam “feliz ano novo!”.
Nós fomos, também, tomar uma ducha para se aprontar para a festa da virada. Depois fomos sentido galeria de arte encontrar Marcelo. O encontramos lá, como sempre. Fomos então dar um role pelo festival.
Logo a frente a ponte que ia para a outra área do festival, rolava Easy All Stars  grupo que faz um dub com famosas músicas de rock. Tocava “Money” do Pink Floyd. Ficamos ali dançandinho.
Logo perto da virada (sabíamos pelos gritos de “está chegando 2014” ou “feliz ano novo”) fomos seguindo o fluxo da galera sentido Mainstage. Lá naquele palco os índios Pataxos iriam fazer um ritual de abertura de ano. Queríamos muito ver. O local estava lotado de pessoas.
Ficamos lá dançando, curtindo a psicodelia e esperando a virada do ano. Rolava um som muito gostosos. Todo mundo dançava, animado para a contagem regressiva. Logo mais o som parou e os índios entraram. Cantaram músicas na língua nativa, dançaram e logo mais deu-se a virada.
Após a virada, dois equilibristas fizeram um show de slack line nas alturas. Com roupas que brilhavam eles andavam nas alturas. Nenhum deles se quer se desequilibrou. Show!
Que venha 2014!!!!



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