terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Partiu Bahia


No dia 25 de dezembro acordamos cedo, ansiosos para cair na estrada. Tínhamos mais de 1.700 km para rodar até Pratigi, praia que faz parte da Costa do Dênde na cidade Ituberá na Bahia. Decidimos rodar até que o dia terminasse para, a noite descansarmos. Pelas contas iriamos dormir em Governador Valadares em Minas Gerais.
Caia uma chuva fina em Jundiaí. Nada que nos desanimasse, pois, sabíamos que dali a menos de dois dias estaríamos na terra do sol, do calor e da alegria. Fomos aos poucos organizando as bagagens no porta-malas do carro. As malas estavam realmente grandes e ainda estávamos levando bastante comida para o trajeto.
Mas com bastante esforço, coube tudo no carro.
A mãe de Felipe, também acordou cedo conosco e foi até a porta se despedir. Ela nos deu várias recomendações e não cansava de dizer pra gente se cuidar. Mãe é mãe! Após as despedidas, entramos no carro e partimos.
Já havíamos feito o trajeto que iriamos percorrer em mapas diversas vezes.
Conferirmos as rodovias, a distância e tudo mais, para que não ocorressem erros. Mas a viagem real, cair na estrada mesmo, de verdade é sempre uma surpresa. Não sabíamos o que iriamos encontrar pelas estradas e mais de 20 cidades que passaríamos. Essa ansiedade e esse encontro com o desconhecido é a melhor parte da viagem.
Saímos de São Paulo pela Fernão Dias e nela seguimos até chegarmos ao estado de Minas Gerais. Eu e meus companheiros não conhecíamos Minas Gerais. Felipe já conhecia São Tomé das Letras, que fica a sudoeste do estado. Mesmo para ele, que já esteve em Minas e , principalmente, para nós, que não conhecíamos nada do estado, a emoção foi indescritível.
Minas foi chegando, aos poucos, e se mostrando belíssima. As paisagens que vimos pelas estradas de Minas Gerais deixaram a todos nós apaixonados. Um ambiente bucólico com montanhas que vão se mostrando uma atrás da outra. Beleza de perder de vista. Os gados se equilibram nos morros para se alimentar. Cada cidade que passávamos era mais bela que a outra. Viajando por essas estradas, qualquer um pode virar poeta e escrever belos versos.
Passamos mais de 12 cidades entre elas Varginha (nenhum sinal de ETs, infelizmente). Ao final do dia chegamos em Governador Valadares, e lá ficamos para passar a noite. Na entrada da cidade, diversos motéis. Resolvemos dormir em um deles. Antes, paramos para fazer um lanche. Na lanchonete a televisão estava ligada no jornal da noite. As notícias das chuvas que estavam assolando o Espírito Santo nos deixaram preocupados. Alguns de nossos amigos estavam subindo para a Bahia pelo litoral do Brasil, o que estariam encontrando pelo caminho?
Procuramos um local ara dormir. Dormimos fácil e até o horário que os despertadores tocaram. Acordamos antes do sol raiar. Se as paisagens mineiras já são lindas, imagine ver o sol nascendo atrás das montanhas? Pois foi com essa cena que começamos nosso dia. Que maravilha!
Aos poucos fomos rodando o pouco que nos faltava de Minas Gerais. A cada cidade rodada estávamos mais perto de nosso destino final. Foi quando, passado do meio dia, avistamos a placa “Seja bem vindo estado da Bahia”.
Eu já tinha avisado que, quando passássemos por essa placa eu queria parar para tirar uma foto. Dito e feito, quando avistei a placa já pedi para pararmos. Nos posicionamos em volta dela. Eu ajustei a câmera no timer, apertei o botão e sai correndo. Pronto, estávamos oficialmente na Bahia.
No estado da Bahia não tem horário de verão. Então, passada a divisa do estado, já tivemos que mudar os relógios. Ao longo do dia rodamos cerca de dez cidades até chegarmos em Ituberá. Chegamos na cidade lá pelas 18hr30, já no escuro, pela falta do horário de verão. Utilizamos os bancos da cidade para tirar um dinheiro, boatos que no Festival Universo Paralello muitas vezes o pagamento com cartão ficava fora do ar, e não voltava tão cedo. Precisávamos prevenir.

Feitos todos os saques, seguimos sentido Pratigi. A praia fica a 25 km de Ituberá. A estrada estava péssima e como era noite, tínhamos que olhar com atenção os buracos na pista para desviar. Enfim, 30 minutos depois, chegamos ao local. A movimentação de pessoas, carros, vans já era grande. Mesmo assim, conseguimos uma vaga, em baixo de uma árvore e estacionamos. Que alívio chegar!
No local, diversas pessoas. Dos mais variados estilos. A vibe de felicidade era grande no ar. Resolvemos ir até a beira da praia que ficava a alguns metros da praça principal de Pratigi. Partimos sem o uso de lanterna, pois nada mais chato que você querer curtir um lindo céu, em um lugar deserto e cheio de natureza, e alguém ficar com uma lanterna apontado pro seu rosto ou não deixando que os olhos sintam naturalmente o escuro e tentem aos poucos se acostumar. Aos poucos fomos ouvindo o barulho do mar. Pisamos na areia e comemoramos. O céu era lindo, o clima agradável, o barulho do mar e a vibe de alegria no ar. Cenário perfeito para ilustrar o que seriam aqueles dias de festival.
Aos poucos fomos começando a sentir, que precisávamos dormir. Felipe ficou no carro e nós três, como diversas pessoas estavam fazendo, fomos até a praça central, e dormimos por lá. Esticamos nossos colchões na grama, passamos muito repelente, pois existiam muitos mosquitos por lá, e deitamos. Porém, mesmo com repelente e cobertos por lençóis os danados dos mosquitos, conseguiam nos picar da mesma forma. A cada meia hora levantávamos para reclamar, mudar de posição ou passar mais repelente. Dormir que é bom nada...

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